Podemos entender por o alcoolismo o consumo
exagerado, incontrolável e progressivo no tempo de bebidas alcoólicas, as quais
vão deteriorar a vida intima da pessoa, o bem estar emocional, as relações
interpessoais, familiares e de uma maneira geral toda a sua vida em
sociedade.
A principal característica da dependência do álcool
é a existência de diversas perturbações exteriorizadas a nível intelectual,
fisiológico, comportamental e nos permitem compreender se a pessoa continua a
consumir esta substância, apesar das complicações associadas ao seu consumo. Na
origem do consumo compulsivo desta substância estão envolvidos diversos fatores,
antropológicos, sociais, económicos, genéticos, culturais, ambientais, entre
outros.
Nessa linha de ideias a exclusão
social a que os idosos estão sujeitos devido à diminuição dos rendimentos pela
reforma, à pobreza, ao isolamento, por problemas físicos e psíquicos, pela
ausência de amigos e de pessoas próximas, ao abandono pelos seus familiares, aos
preconceitos da nossa sociedade em relação a esta classe etária, às dificuldades
em conseguir um acesso pleno a todos os direitos sociais e civis fundamentais
para uma existência com qualidade de vida.
Estas condições poderão
direta ou indiretamente contribuir para o alcoolismo nesta fase da vida,
constituindo o seu consumo um refúgio para as condições de isolamento social e
exclusão no qual se encontram pela sua condição de idosos, com todos as
dificuldades associadas à velhice, como a solidão e a dor pelas inúmeras perdas
sofridas durante toda a sua longa vida, ao sofrimento pela existência de uma
doença incurável, à dificuldade de adaptação às mudanças, à angustia sentida por
estar numa situação de dependência em relação aos outros.
A ingestão de
bebidas alcoólicas permite ao idoso preencher o vazio criado por aqueles
problemas para os quais não encontra solução, apesar das doenças incapacidades
que estão associadas a utilização desta substancia tóxica, como o aumento das
quedas e da ocorrência de fraturas na anca, violência doméstica, suicídios,
doenças hepáticas, gastrite, anemia, diabetes, cardiovasculares, acidente
vascular cerebral, cancro, aumento da incidência de doenças neurológicas
(Alzheimer, Parkinson, Epilepsia) e a uma diminuição em geral das suas
competências físicas e psíquicas.
Nesse sentido e por esta faixa etária
ser marcada por uma maior vulnerabilidade, a doenças e incapacidades, seria
necessário uma melhor informação das nossas comunidades, no sentido de prevenir
o alcoolismo e a exclusão social.
Nessa perspetiva esta atitude permite
um tratamento mais atempado e eficaz, aos múltiplos distúrbios físicos,
psicológicos e sociais, que geralmente se consegue com a terapia médica, a
administração de fármacos, a ajuda de um psicoterapeuta, a ocupação dos seus
muitos tempos livres com atividades diversas e o apoio dos familiares, que pelo
apoio afetivo disponibilizado possibilitam uma recuperação completa do
idoso.
*Cidadão
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