domingo, 20 de julho de 2014

A música como actividade terapêutica

Tribuna Livre

A música como atividade terapêutica

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Sergio Pardal
A música é a arte de combinar e alternar sons, silêncios para formar frequências, ritmos, harmonia, melodias, de expressar os sentimentos as emoções humanas, as contrariedades, a alegria, o amor, a angústia, a perceção que temos da vida, do mundo e da realidade que é comum a todos nós.
Nessa perspetiva a participação em atividades como o canto, a dança, tocar instrumentos musicais, ouvir música, participação em grupos corais, pode constituir uma terapia que permite a melhoria das competências físicas, cognitivas, emocionais, sociais e comportamentais de idosos, crianças, adolescentes, reinserção social de ex-reclusos, toxicodependentes, doentes com autismo, Alzheimer, paralisia cerebral, entre outras.


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Esta técnica de intervenção pode ser utilizada em diversos contextos, educacionais, sociais, clínicos e pode ser utilizada para a mudança de comportamentos de indivíduos famílias, grupos e comunidades.

Nesse sentido a musicoterapia constitui um processo terapêutico que tem como finalidade desenvolver a capacidade comunicativa da pessoa, as competências para estabelecer relações interpessoais, a mobilidade, o conhecimento, a expressão oral e escrita, constituindo a musica um estimulo as capacidades sensoriais e motoras que lhes permite superar as limitações impostas pela doença ou por um problema existencial, formarem um autoconceito de si próprias mais positivo, passarem a acreditar nas suas capacidades para se reabilitarem e encontrarem um rumo para a sua existência, não sendo necessário para a prática deste processo terapêutico, o doente possuir qualquer conhecimento na área da música.

Estes programas de atividades terapêuticas são geralmente organizadas por técnicos de saúde ou ligados à área da música (fisioterapeutas, professores de dança, música, terapeutas da fala, psicólogos clínicos, psiquiatras entre outros.), com uma especialização em musicoterapia, que vão planificar as atividades a serem realizadas e orientarem a intervenção a ser desenvolvida consoante o estado de saúde da pessoa, encontrando-se geralmente integrados numa equipa multidisciplinar, que lhes permite ter uma perspetiva mais abrangente da realidade sobre a qual pretende intervir.

A prática das ações a serem desenvolvidas devem ser determinadas pelo terapeuta e adequadas ao problema que se pretende tratar, prevenir ou curar constituindo esta terapia um processo de tratamento clinico com composições adequadas às dificuldades apresentadas pelos pacientes, atendendo sempre ao contexto psicossocial, cultural, politico, comunitário, no qual as pessoas estão inseridas.

Nessa linha de raciocínio, esta técnica terapêutica deveria ser mais utilizada no nosso país, pela sua aplicabilidade em diversos contextos, problemáticas e ser mais estudada nas nossas faculdades, por constituir uma prática relativamente fácil de intervenção, com resultados bastante significativos nos países onde é mais divulgada constituindo uma área cientifica de excelência.
26 de Junho de 2014 | 07:08
Sérgio Pardal*