quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lançamento do livro envelhecer com dignidade

 
 
O lançamento do livro será:
 
Dia 26 de Janeiro às 15h:00
 
No Hotel Real Palácio
 
Rua Tomás Ribeiro, 115
 
 
 
 
 
 
 

Os grupos de autoajuda e a saúde do idoso

Tribuna Livre
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Sergio Pardal
A designação de grupos de autoajuda refere-se a reuniões voluntárias de pessoas que partilham experiencias comuns em relação, a um determinado problema existencial ou doença, com a finalidade de auxiliarem os outros com a mesma dificuldade, a encontrarem uma solução para aquela situação que estão a enfrentar.
A troca de informações sobre os problemas que afetam todos os membros do grupo pode ser saudável, ao proporcionar um espaço de ajuda e conforto, ao tomarem consciência que não são os únicos a passarem por
aquela situação difícil e a acreditar mais no futuro, na sua capacidade para melhorar e de conseguir a mudança nas suas vidas.


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Na velhice estes grupos podem ser bastante úteis, por darem aos idosos a oportunidade de expressarem as suas emoções, os seus sentimentos, as suas opiniões, angústias, preocupações, proporcionando ao mesmo tempo momentos de convívio, contribuindo para a
diminuição da depressão, isolamento, solidão, sedentarismo, exclusão social e dependência, em que se encontram inúmeros idosos na nossa sociedade,
permitindo a melhoria das suas competências comunicativas e a formação de laços de solidariedade, interajuda, amizade entre todos os membros do grupo e a sua integração naquela comunidade.

Os grupos de ajuda mútua, podem dar também a possibilidade aos seus membros de transmitirem conhecimentos e práticas, maneiras de enfrentar e tratar as doenças e quais os recursos disponíveis para ajudar a resolver um determinado problema ou prestar cuidados
de saúde, melhorar a integração do idoso na sociedade,
diminuir a marginalização a que os idosos estão sujeitos no
seu dia a dia, permitindo uma maior valorização da pessoa
e constituírem um estimulo, à sua participação na sociedade e ao exercer da sua cidadania ativa.

A atividade do grupo pode ser terapêutica para os seus
membros por lhes permitir dar uma outra perspetiva sobre as suas dificuldades e conhecer outras formas de reagir às adversidades e as situações de angústia psicológica, a melhoria de um dos elementos do grupo pode constituir um estimulo aos restantes membros, para continuarem a lutar contra aquela dificuldade, a acreditar que é possível também eles resolverem os seus próprios problemas,
possibilitando aos idosos terem um maior controlo sobre as suas próprias vidas e uma melhor integração nas suas famílias.

O desenvolvimento destes grupos melhora o estado de saúde e a qualidade de vida, dos idosos por lhes darem a
oportunidade de continuarem ativos na vida social, permitindo-lhes pelo contato com outros e pelo diálogo aberto e sincero, manter ou até aumentar a sua autonomia, competências cognitivas, equilíbrio psicológico
e autoconfiança, pela melhoria da autoestima e da imagem
que tem de si próprio, do mundo ao seu redor, da família,
das pessoas que constituem a sua rede social informal e da existência em geral, permitindo-lhes serem pessoas mais positivas e realizadas, nas suas relações com os outros e consigo próprias.

*Cidadão
17 de Agosto de 2013 | 07:04
Sérgio Pardal*
 

A dor crónica na velhice

Tribuna Livre
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Sergio Pardal
A é uma reação subjetiva constituída por uma componente sensorial e outra emocional associada a uma sensação desconfortável que nos alerta, para a existência de uma lesão real ou potencial em alguma parte do corpo, este mecanismo de transmissão da informação sensitiva quando normal, constitui um sistema de defesa, à presença de um agente que pode ser nocivo à saúde.
A forma como a dor é percecionada e se manifesta é diferente em cada pessoa, estando envolvidos nesse processo aspetos multidimensionais, físicos, biológicos, afetivos e cognitivos, sociais, culturais entre outros.


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Deste modo, considera-se crónica se a sua prevalência abranger um período de tempo superior 6 meses, depois do processo normal de regeneração dos tecidos e da pessoa estar curada, sendo em geral difícil conhecer a sua
etiologia causal e temporal, devido a sofrer a influencia de fatores pessoais e motivacionais, sendo distinta a existência do traumatismo físico, da explicação dada pela pessoa aquela dor, que pode ser sentida apenas em termos psicológicos.

A dor crónica é geralmente sentida em uma ou varias áreas
do corpo, constituindo o principal origem daquele diagnóstico médico, sendo a sua importância considerada relevante para uma intervenção terapêutica.

O sentimento de dor provoca angústia, suscetível de um diagnóstico clínico, dificuldades em estabelecer relações sociais, em executar as suas atividades diárias e noutras
áreas fundamentais para a sua própria existência.

As causas psicológicos desempenham uma função fundamental na origem, duração, agravamento e permanência da dor.

Na velhice a dor crónica é uma das principais causas de
depressão, insónia, nervosismo, distúrbios do sono, problemas alimentares, perda de autonomia, dependência e incapacidade física, modificações no sistema imunitário provocando uma maior suscetibilidade a doenças e infeções, da dificuldade do idoso para estabelecer relações
sociais satisfatórias e estar integrado na vida familiar, da diminuição do autoconceito de si próprio e da autoestima, podendo levar ao isolamento, à solidão e ao suicídio.

O tratamento da doença requer um intervenção de profissionais de diversas áreas do saber que atuam em equipa, dado a dor crónica ser uma patologia complexa que depende de diversos fatores sendo necessária uma
abordagem holística, os técnicos tem a finalidade de extinguir ou controlar a dor, utilizando diversos métodos terapêuticos como, o tratamento médico e a administração de psicofármacos, fisioterapia, massagens, desporto,
psicoterapia, programas educacionais, passeios ao ar livre
quando as condições físicas e psicológicas do idoso o permitem.

A prática da atividade física é fundamental para a terapia
e prevenção da dor crônica, muitos idosos evitam fazer movimentos, por acreditarem que com estas ações a sensação de dor se agrave, ficando geralmente bastante tempo inativos, com reflexos ao nível da sua motricidade e dificuldades em realizarem as atividades diárias.

*Cidadão
8 de Junho de 2013 | 09:24
Sérgio Pardal*
 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Sociedade que discrimina e marginaliza os idosos


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Sergio Pardal
A sociedade em que todos vivemos é formada por um conjunto de pessoas que habitam numa determinada área, com valores, convicções, cultura, ideologia, tradições e religião semelhantes, constituindo a sua identidade comum e por uma organização própria, que a distingue das outras comunidades.
A partir deste conceito poderíamos pressupor que todos os indivíduos estariam integrados e seriam valorizados de igual modo, por terem os mesmos traços que os identificam como pessoas, no entanto continua a existir mesmo em sociedades ditas desenvolvidas, distinções entre os seres vivos em função da sua cultura, raça, opção sexual, etnia, género, religião, crenças, entre outras.


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Na velhice, a descriminação social contra os idosos é devida a diversos preconceitos existentes na nossa sociedade em relação à idade, assente em pressupostos e estereótipos de que os mesmos são “inúteis”, “como as crianças”, “senis” “doentes”
mesmo quando não possuem qualquer doença ou incapacidade, todos estas ideias preconcebidas contribuem para a visão negativa, que a comunidade e eles próprios tem da velhice, mas que é um fenómeno normal da nossa existência, nascemos logo envelhecemos.

A ideia de que os idosos são incapazes ou em declínio físico e psíquico, está relacionada com a tendência das pessoas das gerações mais novas para a marginalização dos idosos, pelas crenças criadas em relação à velhice, por uma sociedade que
apenas dá valor à juventude, ao sucesso, à eficácia, à aparência, à capacidade física e intelectual, aos bens económicos e de consumo imediato, sendo está a imagem transmitida diariamente pela comunicação social, contribuindo para a difusão desta forma de pensamento em que o idoso pela sua idade é colocado à margem da nossa sociedade.

A imagem discriminatória e a marginalização a que o idoso esta sujeito na sua vida diária, levam a que eles mesmos considerem a velhice como um
período negro da sua existência associado (à tristeza, à morte, à inatividade, à dependência dos outros, à enfermidade e a incapacidades diversas).

As crenças negativas transmitidas ao longo de anos, poderão ter influência sobre a sua autoestima e na forma como avalia a sua existência.

Nessa linha de raciocínio, será preciso o desenvolver de uma nova mentalidade das pessoas para a construção de uma humanidade, mais igualitária, justa e solidaria para todos, que permita uma maior participação do idoso na vida social e na família, no sentido de melhorar a sua autoestima, e os integrar na nossa sociedade, para evitar as situações de completo isolamento, doença, pobreza e exclusão social, em que grande faixa da população idosa vive.

A perceção da velhice de uma forma natural pode contribuir, para uma melhor aceitação desta etapa da vida, com aspetos positivos como o conhecimento de toda uma vida, o tempo disponível para ajudar os seus netos, a ausência de compromissos e da atividade profissional, e uma maior estabilidade e equilíbrio emocional.

25 de Maio de 2013 | 10:51
Sérgio Pardal*

Cuidados paliativos: O direito a viver com dignidade até ao fim


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Sergio Pardal
A noção de cuidados paliativos, centra-se no auxílio disponibilizado às pessoas com doenças incuráveis, por parte de uma equipa de multidisciplinar formada por (médicos, enfermeiros, psicólogos, capelões, assistentes sociais e os demais profissionais ligados à área da saúde) que tem como finalidade melhorar as condições de vida do doente e da sua família e através do diagnóstico precoce da enfermidade, prevenir e atenuar o sofrimento, avaliar e tratar a dor entre outros sintomas de origem física, psíquica, social ou espiritual, resultantes da situação problema criada pela doença.
A noção de cuidados paliativos, centra-se no auxílio disponibilizado às pessoas com doenças incuráveis, por parte de uma equipa de multidisciplinar formada por (médicos, enfermeiros, psicólogos, capelões, assistentes sociais e os demais profissionais ligados à área da
saúde) que tem como finalidade melhorar as condições de
vida do doente e da sua família e através do diagnóstico precoce da enfermidade, prevenir e atenuar o sofrimento, avaliar e tratar a dor entre outros sintomas de origem física, psíquica, social ou espiritual, resultantes da situação problema criada pela doença.


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A evolução desta área do conhecimento está relacionado
com os enormes progressos realizados pela medicina, ao aumento da longevidade da vida humana, com o consequente envelhecimento da população e à prevalência de doenças como o (cancro, demências, doenças neurológicas, pulmonares, problemas cardíacos, acidente vascular cerebral, entre outras) e à necessidade da elaboração de um plano de intervenção adequado a cada pessoa e ajustado à progressão da doença.

Deste modo, o apoio desenvolvido a ser aos utentes do
programa cuidados paliativos deve ser uma abordagem holística sobre o doente, atender à sua historia biográfica, compreender o impacto que a doença sobre utente, a maneira particular do seu organismo reagir à adversidade, a valorização emocional que faz daquela contrariedade, às relações afetivas com os familiares e amigos, aos múltiplos sentimentos de revolta, aflição, tristeza, ansiedade em relação à doença e à influência a nível religioso e espiritual que esta fatalidade poderá ter sobre a pessoa.

Em relação ao exposto, a assistência disponibilizada pelos
cuidados paliativos, deve ser no sentido de procurar auxiliar o doente a conviver melhor com a enfermidade, e de preservar ou até mesmo melhorar o seu estado de saúde, por muito debilitado que este esteja e a proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida, como noção abrangente que engloba diversas vertentes da
existência humana, entre elas a saúde da pessoa na sua totalidade e as crenças espirituais, a resistência às adversidades, o autoconceito que temos de nós próprios, a avaliação que fazemos da vida, entre outras.

Neste contexto o direito à vida constitui o mais importante
de todos os direitos humanos, abrangendo também
a dignidade da pessoa humana, tendo estes cuidados
como principal função, oferecer aos doentes em fase terminal o apoio médico e terapêutico por meio de uma assistência o mais completa possível quando já não existem possibilidades de cura, com o objetivo de preservar a autonomia do utente, reduzir a dor e angústia
provocada pelo tomar de consciência da morte num futuro
próximo e inevitável, pela gestão equilibrada do stresse psicológico, através do contacto sincero, com o doente, a família e a equipa do programa de cuidados paliativos, possibilitando à pessoa uma existência com maior qualidade no final da vida e um fim digno.
28 de Abril de 2013 | 11:42
Sérgio Pardal*

papel dos avós nas famílias dos nossos tempos


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Sergio Pardal
A posição social dos avós dentro da família é determinado por uma série de preceitos, princípios e obrigações que estabelecem o seu comportamento em relação aos outros membros que constituem o agregado familiar.
O papel executado pelos idosos nem sempre foi o mesmo, ao longo dos tempos as funções atribuídas aos avós mudaram, com a evolução da família, passou-se de um grupo elevado de pessoas que coabitavam no mesmo espaço parentes de diversas gerações com normas e deveres definidas pelos seus membros, o casamento e o estabelecer de uma vida autónoma, não os isentava de compromissos para com os seus pais na velhice.


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A partir dos anos sessenta verificou-se uma mudança profunda na estrutura familiar, para uma família nuclear composta apenas pelos pais e pelos filhos, devido a diversos fatores demográficos e socioeconómicos entre os quais: a emancipação da mulher e o emprego fora de casa, o aumento dos divórcios e dos nascimentos fora do casamento, a diminuição do número de filhos por mulher e aceitação pela sociedade das uniões de facto deixando ao estado e às intuições que apoiam o idoso o dever de solidariedade e apoio na doença que antes eram dados pelos seus familiares.

As funções dos avós dentro da família foram-se também alterando para acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade, tendo os idosos quando em bom estado de saúde, uma influência cada vez maior dentro do agregado familiar, pelo apoio económico disponibilizado as novas famílias e pela ajuda concedida à educação dos netos, os avós ocupam com frequência o lugar dos pais, a totalidade do tempo ou por ausência dos progenitores, em famílias disfuncionais, na ocorrência de acontecimentos trágicos ou perda de um dos progenitores, quando existem netos nascidos de mães adolescentes, em casos de incapacidade psicológica dos pais para educarem as crianças, doença ou insuficiência física, problemas de toxicodependência e em situações de divorcio.

O avós mostram um valor incondicional uma disponibilidade continuada e neste contexto o papel dos avós na atualidade é o de contribuir para a estabilidade das famílias do nosso tempo ao contribuírem para a divulgação da herança familiar, aos netos e na formação da sua personalidade ao permitirem com a sua experiência e apoio emocional a aprendizagem às gerações mais jovens de valores éticos, morais e cívicos que serviram de base à socialização das gerações anteriores, condições fundamentais para uma melhor autoestima e um crescimento equilibrado dos netos.

Aos avós tem ainda a capacidade de estimular os netos para a vida, pelo muito tempo ao seu dispor para ouvir, brincar, contar historias de outros tempos, participar em jogos e possibilitar às crianças momentos de alegria, permitindo a estes melhorar o seu bem estar subjetivo e as suas competências relacionais, pelo convívio com gerações diferentes, desenvolvendo-se entre os avós e os netos fortes laços de amizade e afeto, condições essenciais para a transmissão de sentimentos como o amor, entre as gerações e de pertença a uma família.

8 de Novembro de 2013 | 07:34
Sérgio Pardal*

http://www.barlavento.pt/index.php/noticia?id=58424

A solidão e o isolamento dos idosos um problema atual

   A     A     A  
Sérgio Pardal Campo Maior

A solidão é uma sensação subjetiva de vazio existencial, que está relacionada com a compreensão individual de cada pessoa, em relação à ausência de redes sociais e pessoas livres, para compartilhar atividades e práticas que lhes possam proporcionar, uma oportunidade de participar na vida social e de desenvolver relações afetivas. O isolamento social refere-se à ausência de integração social de grupos ou indivíduos, provocada pelo afastamento em relação à restante comunidade, por dificuldades de relação e pela utilização de normas e valores diferentes da sociedade à qual pertencem.
A solidão e o isolamento na velhice encontram-se geralmente associados ao declínio das competências biológicas e emocionais, próprias desta fase etária que vão prejudicar a sua capacidade para estabelecer relações interpessoais e a patologias como (depressão, ansiedade patológica, demências, artroses, problemas de coluna entre outros), e a fatores sociais e demográficos, à saída dos filhos da casa dos pais, à diminuição da receita disponível com a aposentação e à perda contactos sociais, o estado conjugal, o género, à redução da rede social pela perda de amigos e pessoas próximas, à exclusão social pela pobreza e à imagem preconceituosa que se mantêm na nossa sociedade em relação às pessoas idosas.
As características psicológicas e de personalidade também podem contribuir e influenciar a autoestima da pessoa, a maneira de pensar, comunicar, proceder, interpretar a vida e relacionar-se com os outros. Os idosos que vivem sós, em geral possuem um autoconceito deles próprios negativo e da sociedade em geral reservados e pouco comunicativos, interagem pouco com as outras pessoas, tem dificuldade em desenvolver relações intimas, isolam-se e têm tendência a viver na solidão.
Deste modo, será necessário que as famílias proporcionem um melhor auxilio à população idosa, como instituição que melhor conhece bem as necessidades dos seus membros, podem prestar um apoio afetivo e instrumental indispensável ao equilíbrio biopsicossocial e na sua ressocialização.
A solidariedade social das redes de suporte informal formada por amigos, pessoas próximas, conhecidos, poderão constituir um aspeto fundamental pelo apoio emocional e de alguma intimidade que poderão dar, contribuir para a redução das situações de  isolamento e de solidão em que grande parte dos idosos se encontram, constituindo um problema atual das sociedades do mundo pela diminuição das taxas de natalidade e pelo aumento da esperança de vida das suas populações.
Nessa ótica será necessário um tomar de consciência das pessoas para a problemática do envelhecimento e da formação de redes de interajuda aos idosos que vivem isolados, no sentido de prestar uma melhor avaliação das necessidades das pessoas no domicílio e das situações de emergência, permitindo ao idoso o desenvolver de relações de amizade e uma melhor articulação com as instituições de apoio ao idoso.

O voluntariado sénior como expressão da solidariedade

 voluntário é o jovem, adulto ou idoso, que desenvolve diferentes atividades não remuneradas no contexto de uma instituição promotora, movida pelo seu impulso solidário e sentido de cidadania, de maneira consciente e humanitária, em prol da comunidade. A atividade voluntária contribui para a melhoria do funcionamento da sociedade e da saúde do idoso em geral (física e psíquica), ao contribuir para a melhoria da sua autoestima e das relações interpessoais pela possibilidade de alargar a sua rede de contactos sociais, permitindo-lhe voltar a ter um papel ativo na vida em comunidade, sentir-se útil e não como uma pessoa marginalizada em função da sua condição de idosa, mas como alguém que está inserido num grupo que tem como objetivo o bem comum.
Os idosos realizam as mais diversas atividades voluntárias consoante as suas competências, disponibilidade e estado de saúde. Os voluntários seniores executam geralmente voluntariado nas áreas da ação social (apoiam jovens e adolescentes em dificuldades, idosos, visitam pessoas doentes), educação (desenvolvem programas de alfabetização para idosos, realizam atividades lúdicas, trabalhos manuais, auxiliam na formação profissional e educacional de crianças, jovens e adultos) e saúde (programas de promoção da saúde e prevenção da doença, desenvolver atividades que promovam a satisfação das necessidades das pessoas hospitalizadas e evitar situações que conduzam à degradação da saúde do doente), entre outras.
O voluntariado sénior permite ainda o convívio intergeracional e a transmissão de valores éticos, morais e de cidadania às gerações mais jovens, condição essencial para um desenvolvimento sustentável de toda uma sociedade. A condição melhoria do bem estar humano não deve estar só assente nos pressupostos económicos, mas em preceitos sociais, ecológicos, justiça social e politicas sustentáveis, que não ponham em risco o futuro de todos os seres humanos. 
Nesse sentido as instituições de apoio social, creches, lares de idosos, hospitais, deveriam estimular o desenvolvimento do voluntariado sénior, devido ao aumento da longevidade das pessoas, com o consequente envelhecimento das populações. A atividade voluntaria pode dar um sentido novo à existência dos idosos, proporcionar momentos de boa disposição, previne a existência de doenças associadas ao envelhecimento e dos gastos com que os estados têm com a saúde, possibilitando em geral uma melhoria na qualidade de vida das pessoas que o exercem e no ambiente das instituições que incentivam a sua prática.
A ação voluntária constitui a expressão de solidariedade mais relevante que um ser humano pode ter para com o seu semelhante, independentemente da sua raça, cor, credo, religião ou etnia. Nesse âmbito o voluntário sénior pode contribuir com a experiência e sabedoria de toda uma vida,  para a educação e a transmissão de princípios considerados intemporais e esquecidos pelo consumismo dos nossos dias. 

http://da.ambaal.pt/noticias/?id=2726

Suicídio e exclusão social na velhice

O suicídio refere-se a um desejo particular da pessoa desistir de viver, que pode ser provocada uma situação de elevado sofrimento entre outras causas, que podem ser reais, a existência de doenças crónicas e incapacitantes como a diabetes, as pulmonares, o cancro, as cardiovasculares ou ter origem em problemas psíquicos, de que poderemos mencionar, os transtornos de humor (depressão, doença bipolar), as psicoses (alterações profundas da realidade, como a esquizofrenia paranoide), estas enfermidades poderão ter aspetos mais negativos, quando associadas ao consumo de substâncias nocivas à saúde, álcool, tabaco e drogas, poderão potenciar, a existência de comportamentos suicidas. O tratamento e prevenção da doença é conseguido pela avaliação clínica do doente feita por um profissional ligado à área da saúde mental, geralmente um psiquiatra que executa um diagnóstico à situação problema da pessoa e administra os procedimentos (médicos e psicoterapêuticos) ao estabelecer uma relação entre todos os condicionalismos (individuais, sociais, familiares e ambientais) que possam constituir a causa da ideação suicida, para posteriormente desenvolver um plano terapêutico.
16-01-2013 |
Na origem desta patologia geralmente estão envolvidos diversos fatores, culturais, sociodemográficos, económicos, acontecimentos traumáticos, entre outros. O homem por natureza necessita de viver em sociedade, o que contribui para uma maior incidência do suicídio na velhice é uma progressiva diminuição, da rede de suporte informal do idoso, formada por amigos, familiares, colegas de trabalho, levando-o a procurar o suicídio como a única solução para a situação de isolamento e solidão em que se encontra.
O termo exclusão social é utilizado para designar os problemas e dificuldades de integração de um determinado grupo ou etnia, que estão na origem da sua descriminação social e do isolamento a que estão sujeitos por parte da sociedade instituída. Os idosos constituem um grupo etário em risco de exclusão devido à imagem preconceituosa, que permanece na nossa sociedade, pela situação de fragilidade em que se encontram, pela perda da competências físicas e psíquicas, à perda de papeis e de estatuto social, à existência de doenças, à falta de apoios da família e do estado, à inatividade pela aposentação e à redução do rendimento financeiro, por não se conseguirem adaptar às inovações e à dificuldade em dialogar com as gerações mais jovens.
Nesse sentido seria necessário uma maior proteção social à população idosa por parte da nossa sociedade e o implementar de medidas, para prevenir o suicídio e a exclusão social como o apoio domiciliário, a formação de grupos de autoajuda, um maior apoio das equipas multidisciplinares de saúde às famílias, no sentido de estás melhorarem a relação com os idosos e a criação de espaços de lazer, onde as pessoas possam praticar dança, conversar, ouvir música, fazer novas amizades e serem inseridas na vida comunitária.

Sérgio Pardal
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