quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Sociedade que discrimina e marginaliza os idosos


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Sergio Pardal
A sociedade em que todos vivemos é formada por um conjunto de pessoas que habitam numa determinada área, com valores, convicções, cultura, ideologia, tradições e religião semelhantes, constituindo a sua identidade comum e por uma organização própria, que a distingue das outras comunidades.
A partir deste conceito poderíamos pressupor que todos os indivíduos estariam integrados e seriam valorizados de igual modo, por terem os mesmos traços que os identificam como pessoas, no entanto continua a existir mesmo em sociedades ditas desenvolvidas, distinções entre os seres vivos em função da sua cultura, raça, opção sexual, etnia, género, religião, crenças, entre outras.


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Na velhice, a descriminação social contra os idosos é devida a diversos preconceitos existentes na nossa sociedade em relação à idade, assente em pressupostos e estereótipos de que os mesmos são “inúteis”, “como as crianças”, “senis” “doentes”
mesmo quando não possuem qualquer doença ou incapacidade, todos estas ideias preconcebidas contribuem para a visão negativa, que a comunidade e eles próprios tem da velhice, mas que é um fenómeno normal da nossa existência, nascemos logo envelhecemos.

A ideia de que os idosos são incapazes ou em declínio físico e psíquico, está relacionada com a tendência das pessoas das gerações mais novas para a marginalização dos idosos, pelas crenças criadas em relação à velhice, por uma sociedade que
apenas dá valor à juventude, ao sucesso, à eficácia, à aparência, à capacidade física e intelectual, aos bens económicos e de consumo imediato, sendo está a imagem transmitida diariamente pela comunicação social, contribuindo para a difusão desta forma de pensamento em que o idoso pela sua idade é colocado à margem da nossa sociedade.

A imagem discriminatória e a marginalização a que o idoso esta sujeito na sua vida diária, levam a que eles mesmos considerem a velhice como um
período negro da sua existência associado (à tristeza, à morte, à inatividade, à dependência dos outros, à enfermidade e a incapacidades diversas).

As crenças negativas transmitidas ao longo de anos, poderão ter influência sobre a sua autoestima e na forma como avalia a sua existência.

Nessa linha de raciocínio, será preciso o desenvolver de uma nova mentalidade das pessoas para a construção de uma humanidade, mais igualitária, justa e solidaria para todos, que permita uma maior participação do idoso na vida social e na família, no sentido de melhorar a sua autoestima, e os integrar na nossa sociedade, para evitar as situações de completo isolamento, doença, pobreza e exclusão social, em que grande faixa da população idosa vive.

A perceção da velhice de uma forma natural pode contribuir, para uma melhor aceitação desta etapa da vida, com aspetos positivos como o conhecimento de toda uma vida, o tempo disponível para ajudar os seus netos, a ausência de compromissos e da atividade profissional, e uma maior estabilidade e equilíbrio emocional.

25 de Maio de 2013 | 10:51
Sérgio Pardal*

1 comentário:

  1. Boa tarde,
    Concordo que tem que existir realmente uma mudança de mentalidades. Temos de contribuir para uma sociedade mais inclusiva, aceitar a diferença e as várias etapas da vida com naturalidade. Todas as etapas têm os seus encantos!
    Fazer a diferença está nas mãos de todos nós (na forma como educamos os nossos filhos, pelas conversas que temos com os nossos amigos, pela exigência de serviços de qualidade para os nossos idosos).
    Bem haja!
    Sara Duarte

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